sábado, 1 de novembro de 2008

A Excursão

Uma vez lá no Taquali alembrasmos-se de fazê uma excursão.

— Vamos a Lisboa ver os Giròlmos! — Disse o Abel Tengirina.

— Nã sinhoira. Vamos ó Algarvi! — Disse o Zéi Alacrau.

— E porquê ó Algarvi e nã ós Girólmos?

— Porque no Algarvi podes banhari e nos Girólmos nã podes.

Fomos atão ó Algarvi. Pensámos em iri no tractori do Cara de Cinoira mas levava munto tempo. De manêras c'acabámos por alugari uma Carrera, que sempre era melhó estamporte. Por o caminho fomes-se todos devertindo menos a minha Bia, que se farto de gumitari.

— Tu vês más algueim gumitari? — Prêgunti-leu — Ês mêmo charrôca! Fomos ralhando os dois o caminho todo.
Por fim chigámos à praia ô lá o quera aquilo. Ê fiqui parvo! Ê sabia cu mari era uma rebéra grandi, mas assim tamém não! Atã e aqueli podaço d'arali? E arêa boa! O Cara de Cinoira até enche uma saca pa fazê um raboco lá pá malhada dos porcos. Atã e o gentio? E os altemóvens? Erom por demais.

Lá se despimos até ficarmos só com as calças, e fomos a enterrar um agarrafão do Cartaxo lá adiente, drento d'água.

Foi atão que vimos uns bocanas a jogari à bola. Fizemos uma enquipa contra elis pa mostra como se joga. Eles olhavam pá gente e riom-se, nã sê porquêi. Sairom elis. Hôve um que fintô o Zei Alacrau, e já eli ia atrás deli pa lhe dá uma foêrada, condo ê le dissi:

— Dêxó comigo Zéi! — O ôtro, julgava que mia fintari, mas ê di-le uma pupinda nas canelas cu fiz dá 2 voltas no ari. Parcia um piã d'Alvito.

—Se calha, cuidavas que passavas não? — Disse-leu.

Daí a podaço numa jogada dagenti o guardaredis delis ia a sairi ós peis do Cara de Cinoira, e eli fez-le um truqui dos deli: Dêtô-le um punhado d'arêa pós olhos e marco o golo. Elis disserom logo que já nã criom joga mais.

— Voceis nã querem jogar e a gente vamos pa drento d'água.

— Bora! — Gritámos fugindo.

Mal entrámos n'água diz o Zéi:

— Eh! A água é salgada!

— Ah! Éi agora!

— Não? Atã porvem lá. Pusemes-se tôdos a provari a água.

— Qué lá saberi! Banho na mêma.

Mal tínhamos começado a banhari aparece um gajo a dizeri:

— Os senhores nã podem tomar banho hoji. Nã vêem a bandêra virmelhe?

— Atã e condo é que se podi?

- Condo estiver verde.

— Atã prantem lá uma bandêra verdi! Essa é boa!

— Ê banho memo porque quero — Disse o Cara de Cinoira e abalô lá mais pó mei do pego.

Ora enleô-se nas ondas, tiveram cu ir vescar de barco. E éli banhava beim. Despois tiverem cu fazê gumitá a água e arrespiração bocaboca, com o salva vidas dando-le bêjos nos bêços. Aquilo era memo nojento, carafo!

A minha Bia e as ôtras, andarom até horas d'almoço mulhando-se inté às curvas das pernas. Despois almoçámos, bobemos uns escolates valentis e tivemos a tarde entêra cantando à alentejana na praia até o soli se pôri é que se viemos imbora.

O pió desse dia é candámos todos uma mancheia de tempo com as costas e o pêto empolados até más não.

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